domingo, 27 de novembro de 2016

A transição da Terra


“Li, em livros, que o eixo magnético da Terra e o eixo geográfico estão se aproximando, para se unificarem, e que em cada cem anos há aproximação de dois graus, entre os dois pólos, Norte e Sul. Eu recebi uma explicação, de um professor espírita, de que no momento em que os eixos geográficos e magnéticos da Terra se encontrarem, entraremos no ano 1989, havendo então grandes modificações na estrutura física da Terra, seguidas de terremotos, maremotos, e será o momento em que a Terra iniciará nova evolução, dando fim à era de expiação, passando a Planeta de Regeneração, e quem não conseguir atingir a moralidade e a intelectualidade suficientes, para acompanhar esse novo ritmo de vida, será transmigrado para um planeta inferior e viverá nesse planeta até que consiga superar esta imperfeição, dando fim à era de expiação, passando a Planeta de Regeneração, para dar prosseguimento à sua evolução. Acontecerá como aconteceu com o Planeta Capela, no passado. Essa explicação que recebi é verdadeira, professor?”
A explicação que o senhor recebeu está confusa, misturando elementos que não se ajustam ao Espiritismo. O problema das modificações do eixo da Terra é um problema de ordem astronômica e geológica. É um problema que não pertence ao Espiritismo. Espiritismo é a ciência do Espírito. Essa determinação precisa, do ano de 1989, para que se iniciem catástrofes geológicas terríveis, que marcarão indícios do fim do mundo, em nosso planeta, é uma dessas profecias apocalípticas que, através dos tempos, vêm se anunciando e, na verdade, correspondem apenas a processos imaginativos.
É verdade que o planeta vai passar e está passando de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. Mas essa transição, como todas as transições importantes que se efetuam na Natureza, processa-se de maneira lenta, através das leis naturais. O senhor encontrará no livro Obras Póstumas, de Allan Kardec, uma explicação muito interessante sobre esse problema. Quando se falava sobre a transição da Terra, Kardec perguntou aos Espíritos se realmente teríamos que passar por grandes catástrofes geológicas nessa transição. E os Espíritos lhe responderam: Não. Catástrofes geológicas não, porque elas ocorreram naquelas proporções diluvianas, de que nos fala, por exemplo, a Bíblia. Elas ocorreram, realmente, até mais intensas, mais profundas, mais terríveis, quando o planeta ainda não estava consolidado, quando o mesmo estava na fase de formação.
Atualmente, a Terra é um mundo consolidado, na sua estrutura. Um mundo que amadureceu e que está se desenvolvendo, no sentido de prosseguir no caminho do seu aperfeiçoamento. Haverá, isto sim – responderam os Espíritos a Kardec –, grandes catástrofes morais, que abalarão os povos, que sacudirão as nações. Essas catástrofes nós estamos vendo agora mesmo, diante de nossos olhos, no mundo inteiro. Esta profecia, sim, realmente se realizou.
As profecias apocalípticas, referentes a essas catástrofes tremendas, decorrem de processos puramente imaginativos. Basta lembrarmos o seguinte: quando o nosso mundo se aproximava do ano 1000, da Era Cristã, muitas pessoas se suicidaram. Houve verdadeiros processos cármicos entre os povos, não provocados por catástrofes, mas pela ignorância e desespero humanos, porque anunciavam que, do ano 1000 a Terra não passaria. E já passou.
Agora, revocam-se essas lendas. E criam-se novos temores, devido à proximidade da passagem para o ano 2000. Não chegaremos, todos, até ele, mas muitas das pessoas aqui vivas na Terra chegarão. E verão que tudo transcorreu de maneira tranqüila, serena, através dos processos naturais da evolução. Como Kardec ensinou, o mundo evolui através das sucessões das gerações. As gerações que libertarão a Terra dos sistemas errôneos da vida irão desaparecendo, naturalmente. Outras gerações vão surgindo, com novas idéias. Herdeira da cultura adquirida das gerações anteriores, trazem dentro de si mesmas (porque se constituem de Espíritos reencarnados) aptidões bastante desenvolvidas, para renovarem a cultura da Terra e auxiliarem a sua transformação, em todos os sentidos.
Essas gerações, as gerações humanas, construirão na Terra um novo mundo. E, na verdade, já o estão construindo. Nós vemos ao nosso redor que o mundo antigo está em derrocada. A civilização envelhecida está em processo de morte, de agonia, porque uma civilização nova vai surgir. Mas esta civilização nova não surgirá sob o alvorecer das novas gerações, pois estas é que terão a responsabilidade de construir um mundo novo na Terra.
Não se impressione, caro ouvinte, com essas afirmações. Ninguém na Terra está em condições de fixar data para uma grande catástrofe. É verdade que existe o dom da profecia. Mas existem limites para esse dom. E no tocante ao problema da evolução terrena, de acordo com a Doutrina Espírita, todas essas ameaças são simplesmente imaginárias e absurdas.
Eu quero oferecer ao senhor um exemplar de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Nesse livro, o senhor poderá estudar com firmeza e clareza, o processo da evolução da Terra.

Fonte:Texto extraído do Livro Limiar do Amanhã / J. Herculano Pires

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